Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/292

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se me escreve do reino, o novo governador-geral e vice-rei vêm no ânimo de compor todas as discórdias atuais.

— E quem é o novo governador-geral? perguntou o Cutia.

— D. Pedro Antonio de Noronha, conde de Vila-Verde, marquês de Angeja, respondeu Félix Machado.

— Assim senhor, está tudo acabado sobre estas terras, e do que fizeram os nobres em sua louca e audaciosa rebeldia nada mais resta, tirante a memória dela?

— E que quereis que reste mais, sr. ouvidor? Eu não sou suspeito. Nunca perdoei aos emperrados desta terra, e agora ainda menos lhes perdôo os males que nos trouxeram a sua natural bazófia e arrogância. Por muito que me desprezem ou que me odeiem, ficarão ainda aquém dos meus o seu ódio ou o seu desprezo. Mas, pois o quer e o manda el-rei, que se lhes dê a liberdade, muito embora não venha ela servir para outros fins que o de revolverem novamente a terra, abaterem a autoridade, impedirem o desenvolvimento material e comercial, cevarem ódios, alentarem vinganças, tirarem a vida a quem devera tem muitas para os poder aniquilar um por um, de geração em geração.

— Não se lhes poderia imputar nova rebeldia, novo levante, ainda não perdoado? perguntou o Bacalhau.

— Qual?