— Vosmecê sabe que Saturnino, desde pequeno, sempre quis muito bem a Marianinha.
— É verdade.
— Pois, sim; eu quero fazer um presente a Marianinha coma condição de casar com Saturnino; mas o presente depende de vosmecê e de meu pai.
— Que presente?
— Quero dar-lhe este sítio, que seu padre me deu.
— O teu sítio, Lourenço? O teu sítio tão bom, tão bonito?
— Bom e bonito? Sim, ele é tudo isto; mas ele me recorda sempre coisas muito tristes. Eu não passo daqui sem me lembrar de sinhá D. Damiana, e de tudo que mais que houve. Além disso, para que eu o quero, se não hei de voltar mais para Goiana senão de passagem? Sinhá D. Damiana deve voltar, porque todos os seus bens hão de ser-lhe restituídos. Ora, Deus me livre de ter terras e casa junto das dela. Vosmecês também não precisam dele, para morarem porque têm o seu pedacinho de terra e a sua casa. Assim, minha mãe, deixe-me tomar a vingança a meu modo. Só assim sairei de Goiana consolado.
— Pois faze o que quiseres, Lourenço.
Três dias depois, quando os galos começaram a amiudar, Lourenço montou a cavalo à porta do sítio do Cajueiro, Francisco e Marcelina de pé, do lado de fora, viram-no partir, viram-no desaparecer,