O rigoroso inverno que caiu sobre Pernambuco em 1713, um ano antes começara a mostrar o que havia de ser. Em agosto estavam os rios ainda muito grossos, os caminhos cortados de atoleiros, as terras baixas convertidas em vastos pântanos.
Em uma das noites mais ásperas de 1712, Lourenço entrou nas matas de Tracunhaém. Já muito lhe custara atravessar o rio, e como não oferecesse este passagem, senão arriscada, para o ponto onde se escondiam os nobres, julgou aquele prudente pernoitar por ali mesmo. Em certo fechado ao pé de um cedro colossal, em cujo tronco se via uma grande fenda na altura de um homem pôs abaixo a carga de mantimento e roupa que levava do engenho para o sargento-mor.
— Se vier por aí alguma trovoada, - dissera ele consigo, - meto-