Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/60

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nobreza, e um dos que mais davam que pensar ao governador, aquele asilo onde se encastelavam muitos e importantes cavalheiros.

Falcão tinha direito a esta distinção que deixou seu nome tão conspicuamente inscrito nos anais pernambucanos.

Tanto que, pelas primeiras prisões, a nobreza começou a procurar os matos, ou ausentar-se para fora da capitania. Félix José Machado, a quem não é lícito recusar ânimos excepcionais, considerando-se inatacável, entregou-se a passeios, banquetes, divertimentos, digressões pelos arrabaldes, e até a grandes jogos e largas crápulas.

Nas crônicas se lêem os nomes dos que freqüentavam a banca de jogo armada em palácio, e os das meretrizes que tinham aí entrada franca.

Um dia, disse-lhe Manoel Carneiro:

— Breve teremos tinguijada, Sr. governador.

Tanto bastou para que este se desse por convidado, e no dia aprazado se achasse em casa de Carneiro com o ouvidor, o juiz de fora, D. Francisco de Souza, e outros importantes membros do partido dos mercadores.

Não era a primeira vez que ele compelia Manoel Carneiro a aumentar os pratos da sua mesa. Meses antes, um grande jantar se realizara ali por ocasião da botada do engenho, ao qual compareceu Félix José Machado.