A tinguijada durou até depois do meio-dia. Da beira do rio levaram peixe para o engenho em caçuás, tão grande fora a pescaria. O vinho, a aguardente, a viola, a toada, a dança começaram a reinar com toda a sua força. Calculando que, visto não aparecerem as canoas, deveriam estar na corda todos os conspiradores, o coração e o espírito de Félix José Machado expandiam-se gradualmente à proporção que o dia ia subindo.
Passando pela casa onde estava a balança de pesar o açúcar do engenho, o governador, cujo corpo era de proporções hercúleas, teve o pensamento de se fazer pesar. Pesou dois quintais e quatro libras. [1]
Quando chegou a hora da refeição, pôs-se a comer tão alambazadamente, que a todos meteu assombro. [2]
Sobre a tarde recebeu a comunicação do resultado da diligência. Sentiu então grande desgosto por saber que Falcão d'Eça não havia caído no trama urdido.
— Mas, Sr. governador, disse o capitão-mor, vieram entre outros o capitão Antônio Silva, o capitão Miguel Lopes, os irmãos do padre Antônio Jorge Guerra, o alferes Diogo de Carvalho Maciel, o sargento-mor João da Cunha, e um escravo de Eça que é seu braço direito.
O governador respondeu:
— Pois bem. Façamos conta de que o escravo vale o