Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/69

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A cavidade onde estavam Lourenço e Falcão d'Eça terminava, com a forma de funil, em abertura entre certo bamburral enredado, obra de vinte braças distante do cedro: por esta abertura dificilmente passava um homem. Rastejando um atrás do outro, chegaram os dois à extremidade, e esperaram que cessasse inteiramente o ruído dos passos dos soldados e animais.

— Segue-me - disse Falcão a Lourenço. Nada temas. Quase todo o dia transito por estes lugares onde, para bem dizer, me nasceram os dentes.

Lourenço trazia o espírito preso a certa ordem de idéias que o envolviam como em cipoal mais inextricável do que o bamburral por onde iam. Pensava em livrar o sargento-mor, ainda que para o livramento lhe fosse preciso sacrificar a própria vida. Pensava em castigar atrozmente os inimigos que tinham levado a audácia