Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/89

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— O tempo da nobreza acabou - respondeu um, chacoteando.

— Falais ainda em nobreza, mazombo? Tu e teus irmãos não passais de rebeldes. Havemos de pôr as cordas em todos vós. Haveis de pagar-nos o novo e o velho.

Foi frustrado todo o esforço dos vencidos. No meio dos maiores impropérios, seis robustos ilhéus que acompanhavam a força, ataram os três irmãos com os vaqueiros, e, o que é mais, com os próprios escravos que não haviam caído na luta. Quando Cosme, passada a exaltação, reconheceu que sem forças, sem armas, sem um braço livre que o defendesse, não era mais que um réu no poder de verdugos apaixonados, pensou em diminuir a humilhação; e valendo-se do momento de vir o coronel fazer-lhe certas perguntas sobre os bens que possuía, dirigiu-lhe estas palavras:

— Não sei, Sr. Coronel, se alguma vez vos ofendi. A minha consciência apressa-se a dizer-me que nunca dei motivo ao vosso desagrado, quanto mais ao vosso ódio. Mas se não é esta a verdade, peço-vos me declareis a minha culpa, que talvez possa convencer-vos da sem razão.

Braga respondeu:

— Sr. Capitão, de vós nunca recebi a menor ofensa. Apenas vos conheço.

— E por que então procedeis tão atrozmente conosco?