Página:Lourenço - chronica pernambucana (1881).djvu/91

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Paes os amarrou. Seriam indignos da causa que nos faz sofrer, se vos pedíssemos brandura em vez do rigor a que temos direito.

— Não sei o que quereis dizer.

— Quero saber se nas vossas instruções vem determinado o itinerário, como vem, ao que parece, o modo de sermos levados presos.

Depois de refletir por alguns instantes, Braga respondeu:

— Quanto ao itinerário, nada se me determinou.

— Portanto uma vez que nos leveis ao Recife, tereis preenchido a vossa obrigação?

— Certamente.

— Pois bem. É agora que vos peço um favor.

— Qual é?

— Imaginai que em vez de sermos vossos prisioneiros, éreis vós nosso; e que, em vez de seguirmos para o Recife, teríamos de ir a um ponto além do Açu, donde sois natural, onde viste correr a vossa mocidade, onde tendes representação. Qual dos dois caminhos preferidos - o que passa por dentro do lugar do vosso nascimento, ou que rodeia por fora?

— Compreendi já o que desejais, disse Braga.

— Em Goiana, Coronel, nasci eu, e nasceram os meus irmãos, que estão presentes. Sou ali juiz ordinário e Capitão de ordenanças; tenho aí família e amigos que me prezam com todas as veras. Meus amigos e parentes, vendo-me passar por dentro da vila neste