me arrastaria de novo à casa de Lúcia, quando não fosse senão para ter o agro prazer de insultá-la com o meu desprezo. Nessa situação era natural que Sá não encontrasse a menor resistência no que ele chamava o regime higiênico da minha paixão.
Durante três dias corremos os arrabaldes da cidade.
Passávamos uma tarde a cavalo por Santa Teresa na direção da Caixa d'Água, quando vimos parado defronte de uma pequena casa, reparada de novo, o Jacinto. Esse homem me atraía, pelo ímã irresistível de Lúcia; e entretanto eu o detestava.
— Pertence-lhe esta casa, Sr. Jacinto? disse-lhe Sá respondendo à cortesia.
— Não, senhor. Pertence a uma pessoa do seu conhecimento, a Lúcia.
— Como! Lúcia vem morar numa casa térrea e de duas janelas ? Não é possível.
— Também eu não acreditei quando ela me falou nisso! Cuidei que estava brincando; porém é negócio sério.
— Então comprou esta casa?
— E mandou prepará-la. Já está mobiliada e pronta. Devia mudar-se hoje; não sei que transtorno houve. Ficou para a semana!
— Está bem! São luxos de passar o verão no campo! Não lhe dou um mês que não esteja arrependida, e não volte para a sua casa da cidade.
— Para essa, há de ser difícil, disse o Jacinto com um sorriso.
— Por que razão?
— Vendeu-me o arrendamento e toda a mobília.