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AFFONSO CELSO

e vasio. Á mais tenue aragem, se dissolviam em diaphaneidades opalinas.

Passageiros e tripolantes passeiavam no tombadilho, leves e bem dispostos. Lupe balouçava-se indolente n’uma cadeira de balanço, os olhos semi-fechados, na deliciosa morbideza que insinuam calmarias no alto mar.

Mas Salomon, o viajante judeu, trouxe do seu camarote pesado involucro. Abrio-o com precauções meticulosas. Era um cofre portatil, armado de complexas fechaduras. Amontoavam-se dentro pequenos estojos multicôres de velludo e setim.

Collocou-os Salomon enfileirados n’um banco e os foi descerrando carinhosamente, como se guardassem sagradas reliquias. Continham as joias em que elle negociava. Talvez,