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LUPE
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a lapis a caricatura no livro de notas. O judeu, os mais passageiros e os officiaes trocam a meia voz ponderações chistosas.

Lupe, todavia, não trahe constrangimento. Com ares de altivo desafio, apresenta-o aos assistentes:

— Meu tio, a cuja bondade devemos o não ficar ao desamparo.

Elle aperta as mãos rudemente, resmungando palavras inintelligiveis e rindo muito.

São horas de partir. Lupe e a mãi comprimentam, proferindo trivialidades agradecidas sobre a boa companhia que encontraram na viagem.

A moça estende-me frouxamente os dedos, sem me encarar.

Descem a escada. O tio pega nas malas e as suspende aos hombros, como um carregador. Mas a espada o embaraça. Enfia-se-lhe,