A verdadeira caçada desse dia foi um pato assado em panellas de Taubaté. Havia um appetite feroz e foi entre berros de enthusiasmo que a preciosa ave fez a sua entrada triumphal na sala. Unhas vorazes cahiram sobre elle e n'um relance do pato só restava a carcassa. Como havia uma garrafa de vinho rarochampanha foi lembrado que melhor occasião não havia de mudal-o de vasilhame. Gusmão protestou indignado.
— Tomar aquelle vinho com este pato é uma indignidade que ha de deixar a vocês com uma mancha negra no passado ; não creio que vocês a commettam ; appello para o bom senso...
— Nada disso ! a votos ! o que a maioria decidir...
— Pelo amor de Deus ! guardem o vinhoa champanha ! Isso é uma calamidade !
— A votos, a votos !
Posto a votos passou que o vinho passasse incontinente a fazer companhia ao pato no estomago. Gusmão ficou apopletico.