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XI


AMARO


— Aáá ! aáh !

— Vem cá, Amaro

— Aáá ! aáh

Amaro é o rei de Tigellopolis. Mais que rei ; é o supremo motor de tudo, o Omnifactor. Si o sino toca chamando o mulherio á reza, Amaro no largo, com um enorme riso de felicidade na cara, grulhando uns «aáh, aáh» de mudo, pendura-se n'uma corda imaginaria e rivalisa com o sineiro de Notre-Dame ; todo o repique fica sendo obra sua.

Mas atiçam foguetes. Amaro deixa o sino e sempre grulhando, sempre com o mesmo rictus entreabrindo lhe a beiçarra, Amaro se põe a fazer subir os foguetes—chiii ! — ; a fazel os rebentar — pon, pon ! a fazer cahir as varas—ziiit !—n'uma alegria, n'uma felicidade que mette inveja.

O bondinho apita. Amaro espicha a orelha : é signal de chegada. Amaro corre a dirigir o