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Página:Machado de Assis - Critica.djvu/114

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confesse estar no terceiro período de Comte todavia pondera que um livro de versos não é compêndio de filosofia nem de propaganda, é meramente livro de versos; opinião que me parece geral. Outro poeta — creio que o mais recente, — o Sr. Valentim Magalhães, descreve-nos (Cantos e Lutas, p. 12) um quadro delicioso: a escola e a oficina cantam alegremente; o gênio enterra o mal; Deus habita a consciência; o coração abre-se aos ósculos do bem; aproxima-se a liberdade, e conclui que é isto a idéia nova. Isto quê? pergunta-lhe um crítico (Economista Brasileiro, de 11 de outubro de 1879); e protesta contra a definição, acha o quadro inexato; a idéia nova não é isso; — o que ela é e pretende ser está dez páginas adiante; e cita uns versos em que o poeta clama imperativamente que se esmaguem os broquéis, que se partam as lanças, que dos canhões se façam estátuas, dos templos escolas, que se cale a voz das metralhadoras, que se erga a voz do direito; e remata com um pressentimento da ventura universal:

Quando pairar por sobre a Humanidade A bênção sacrossanta da Justiça.

A diferença, como se vê, é puramente cronológica ou sintática; dá-se num ponto como realidade