Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/126

Wikisource, a biblioteca livre

aos meus é um vício de que o pretendo curar, arrancando-lhe as orelhas.

ELISA - Jesus! está com intenções trágicas!

PINHEIRO - Zombe ou não, há de ser assim.

ELISA - Mutilado ele, que pretende fazer da mesquinha Desdêmona?

PINHEIRO - Conduzi-la de novo ao lar paterno.

ELISA - Mas, afinal de contas, meu marido, obriga-me a falar também seriamente.

PINHEIRO - Que tem a dizer?

ELISA - Fui tirada há meses da casa de meu pai para ser sua mulher; agora, por um pretexto frívolo, leva-me de novo ao lar paterno. Parece-lhe que eu seja uma casaca que se pode tirar por estar fora de moda?

PINHEIRO - Não estou para rir, mas digo-lhe que antes fosse uma casaca.

ELISA - Muito obrigada!