Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/130

Wikisource, a biblioteca livre

PINHEIRO - Ai! foi... Ora, diga, é bonito isto? Escreveria ele se não houvesse esperanças?

ELISA - Basta. Tenho ouvido. Não quero continuar a ser alvo de suspeitas. Esta frase é intencional; ele viu as águas turvas... De quem a culpa? Dele ou sua? Se as não houvesse agitado, elas estariam plácidas e transparentes como dantes.

PINHEIRO - A culpa é minha?

ELISA - Dirá que não é. Paciência. Juro-lhe que não sou cúmplice nas intenções deste presente.

PINHEIRO - Jura?

ELISA - Juro.

PINHEIRO - Acredito. Dente por dente, Elisa, como na pena de Talião. Aqui tens a minha mão em prova de que esqueço tudo.

ELISA - Também eu tenho a esquecer e esqueço.