D. ANTÔNIO - Que foi?
D. FRANCISCA - Nada, nada... não sabia quem era. Sois vós... (Risonha.) Chegaram galeões da Ásia; boas notícias, dizem...
D. ANTÔNIO - Eu não ouvi dizer nada. (Querendo retirar-se.) Permitis?...
D. FRANCISCA - Jesus! Que tendes? Que ar é esse? (Vendo entrar D. Manuel de Portugal.) Vinde cá, senhor D. Manuel de Portugal, vinde saber o que tem este meu bom e velho amigo, que me não quer... (Segurando na mão de D. Antônio ). Então, eu já não sou a vossa frescura de maio?
D. ANTÔNIO, sorrindo a custo. - Sois, sois. Manhosamente sutil, ou sutilmente manhosa, à escolha; eu é que sou uma triste secura de dezembro, que me vou e vos deixo. Permitis, não? (Corteja-a e dirige-se para a porta.)
D. MANUEL, interpondo-se. - Deixai que vos levante o reposteiro. (Levanta o reposteiro.) Ides ter com Sua Alteza, suponho?
D. ANTÔNIO - Vou.
D. MANUEL - Ides levar-lhe notícias da Índia?