Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/303

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D. LEOCÁDIA - Jogo de praça?

CAVALCANTE - Não, senhora.

D. LEOCÁDIA - Ambições políticas mal-logradas?

CAVALCANTE - Não conheço política.

D. LEOCÁDIA - Algum livro mal recebido pela imprensa?

CAVALCANTE - Só escrevo cartas particulares.

D. LEOCÁDIA - Não atino. Diga francamente; eu sou médico de enfermidades morais e posso curá-lo. Ao médico diz-se tudo. Ande, fale, conte-me tudo, tudo, tudo. Não se trata de amores?...

CAVALCANTE (suspirando) - Trata-se justamente de amores.

D. LEOCÁDIA - Paixão grande?

CAVALCANTE - Oh! imensa!

D. LEOCÁDIA - Não quero saber o nome da pessoa, não é preciso. Naturalmente bonita?