Página:Machado de Assis - Teatro.djvu/319

Wikisource, a biblioteca livre

D. CARLOTA (erguendo-se) - Como assim?

CAVALCANTE - É verdade; casou com outro.

D. CARLOTA (indignada) - Que ação vil!

CAVALCANTE - Não acha?

D. CARLOTA - E ela gostava do senhor?

CAVALCANTE - Aparentemente; mas, depois vi que eu não era mais que um passatempo.

D. CARLOTA (animando-se aos poucos) - Um passatempo! Fazia-lhe juramentos, dizia-lhe que o senhor era a sua única ambição, o seu verdadeiro Deus, parecia orgulhosa em contempla-lo por horas infinitas, dizia-lhe tudo, tudo, umas coisas que pareciam cair do céu, e suspirava...

CAVALCANTE - Sim, suspirava, mas...

D. CARLOTA (muito animada) - Um dia abandonou-o, sem uma só palavra de saudade nem de consolação, fugiu e foi casar com uma viúva espanhola!

CAVALCANTE (espantado) -