VENÂNCIO (suspirando) - Não ia só!
ELISA (em tom de censura) - Fez mal.
VENÂNCIO - Talvez. Curioso animal que é o homem! Em criança deixa a casa paterna para acompanhar os batalhões que vão à parada; na mocidade deixa os conchegos e a paz para seguir a fada do amor; na idade madura deixa-se levar pelo deus Momo da política ou por qualquer outra fábula do tempo. Só na velhice deixa passar tudo sem mover-se, mas... é porque já não tem pernas!
ELISA - Mas que tencionava fazer se ela não ia só?
VENÂNCIO - Nem sei.
ELISA - Foi loucura. Apanhou chuva!
VENÂNCIO - Ainda estou apanhando.
ELISA - Então é um extravagante.
VENÂNCIO - Sim. Mas um extravagante por amor... Ó poesia!
ELISA - Mau gosto!