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O seu esposo é um principe normando,
Louro e de face turgida e vermelha,
Em cujo olhar energico se espelha
A arrogancia do orgulho e aspero mando.

Ha tempos, Laura era a menina honesta,
Toda aos prazeres deste mundo alheia,
Que passava o viver nessa modesta
Vida tediosa e simplice de aldeia.

E quanta vez, á noite, a sós comsigo,
Não fez correr as lagrimas no rosto,
Sem nunca achar um coração amigo
Que se doesse tambem com o seu desgosto!

Mas, um dia a fortuna entrou-lhe a porta;
E, olhando derredor, vendo-a sósinha,
Com esse timbre de voz que a alma conforta,
„Laura, disse, levanta-te e caminha!”