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XVI
A um poeta

Poeta, quando te leio, a angustia dolorida
Que te mina a existencia e que em teu peito impera,
Faz-me tambem soffrer, d’alma se me apodera,
Como si da minh’alma ella fosse nascida.

Sinto o que sentes: ora a lagrima sincera
Que foi pela saudade ou pelo amor vertida,
Ora a magua que habita em tua alma, — guarida
Onde a negra legião das maguas se agglomera.