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«Senhora Dona Monica.

«Participo-lhe, para seu castigo, que tirei o diploma de barão, ficando a senhora sem ser barôa por querer pegar no somno depois de mim...»

—De quem é esta carta? bufei, arremessando-a precipitadamente ao soalho, sem terminar a leitura.

—De quem ha de ser? do Joaquim, respondeu Monica.

—Qual Joaquim?

—O Joaquim do aphorismo, aquelle capitalista... mas estás pallido e a ranger os dentes! que tens?

—Remorsos, senhora! respondi já de cothurnos. Remorsos, perfida, tres vezes perfida! Era assim que tu correspondias ao meu amor! era assim! entretendo relações pela surdina com esse Sr. Joaquim, que já é barão! Com que cara hei de sahir á rua?!

—Vossê endoideceu, homem! diz ella, rindo-se a bandeiras despregadas.

—Doido!... sim, mulher, endoideci... com um endoideceu é que se desculpa o es-