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Em 1811, o meteorito foi examinado pelo brigadeiro Felisberto Caldeira, que fez nova tentativa de transportal-o para a capital.

Em 1820, os naturalistas Spix e Martius foram ao Bendegó, e encontraram o meteorito profundamente enterrado, tendo sido esta a provavel razão da divergência do peso estimado em 21.000 libras com o calculado por Mornay.

A extracção de amostras apresentava grandes difficuldades, por já haverem sido tiradas todas as pequenas saliencias pela gente da localidade, e só com trabalho insano lograram aquelles viajantes extrahir duas amostras, cada uma de alguns kilogrammas.

A analyse destes fragmentos deu a Fickentscher os resultados seguintes:

     Ferro..................................    91,90 %
     Nickel..................................    5,71 %
     Parte insoluvel em acido................    0,46 %
     Perda ( agua expellida pelo calor ).....    1,93 %

A parte insoluvel deu ao analysador :

     Oxydo de ferro..........................    0,16
     Oxydo de nickel.........................    0,14
     Silica..................................    0,06
     Carbono.................................    0,10
 

Da enorme massa do meteorito existem fragmentos nos seguintes museus:

     Museu de Munich.....................    3.675 grammas
      —    de Londres....................    2.491   —
      —    de Vienna.....................    2.371   —
      —    de Gottingue..................      315   —
      —    de S. Petersburgo.............       25   —
      —    de Berlim.....................       19   —
      —    de Erlanger...................       18   —
      —    de Copenhague.................        5   —

Em cinco ou seis collecções particulares ha da mesma origem 75 a 100 grammas.

O celebre professor J. D. Dana, em seu tratado de mineralogia, em artigo dedicado ao ferro nativo, diz :

« Entre os grandes meteoritos de ferro pesa 1.635 libras (743 kilogrammas) o de Gibbs[1] que é conservado no gabinete de Hale College (New Haven, dos Estados-Unidos), tendo 3 pés e 4 pollegadas de

  1. Tomou o nome do Coronel Gibbs, que o analysou em 1824.