Página:Missal.djvu/113

Wikisource, a biblioteca livre

E eu penso, então, nessas simpáticas, corretas atitudes e expressões da música.

Vejo, na nitidez de cristal do pensamento, a harpa, sonora asa de ouro, com as cordas tensas, dedilhadas por brancas mãos aristocráticas que arrancam dela frêmitos, soluçantes dolências, plangências incomparáveis.

Escuto a pompa, a imponência sonorizante de um órgão de catedral, quando, pelas altas naves, sobem rolos alvos de incenso, e, o sol, fora, com as flechas dos raios constela de astros microscópicos as polidas e góticas vidraçarias.

Ou, pressinto ainda, num fidalgo salão do tom, onde os perfis ostentam valorosidades de linhas ducais e a luva impera galantemente, a assinalada elegância dos concertos da graça, quando os violinos, zurzinando notas que esvoaçam do arco resinado às cordas retesadas, zumbindo e ruflamente prendendo-se à voz que resplende, triunfa