na sala, sonorizando-a e iluminando-a mais que os fúlgidos lustres e os candelabros facetados, como se, da garganta de quem cantasse, a aurora alvorecesse e vibrasse.
E cuido logo ver uma mulher - alta, beleza grega, formas esculturais primorosamente cinzeladas.
A cabeça, de uma discreta severidade de deusa, pousa-lhe no rico, abundante torso inteiriço do corpo forte.
Há uns meigos tons loiros no aveludado cabelo que, por entre a luz, mais loiro e aveludado brilha.
De pé, erecta, o perfil nitidamente marcado, no meio da cauda astral da veste de seda rara, ela desprende, evola a voz da garganta de aço novo e esta espiral de voz revoluteia no salão, fica algum tempo aquecendo e sonorizando o ar.
Como um astro, essa voz flameja, palpita e gira na iluminada órbita da