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De neve, de uma maciez de arminho e lactescência de neve, de uma nervosidade frenética, era luxuosa, principesca, de certo, essa orgulhosa gata.

As esmeraldas de seus olhos claros fosforeavam sensualmente, eletricamente, quando alguém, no conforto da casa, lhe acarinhava de manso o dorso, o focinho tenro, polposo, espiguilhado de prateados fios sutis; e, no seu lindo pêlo cetinoso e alvo, como numa fresca e virginal epiderme de mulher aristocrática, perpassava um frisson de ternura, um estremecimento, como se em toda ela vibrasse