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A luz lirial da Lua abre tu’alma, artista, como um solar antigo.

Sob a neve luminosa do grande astro noctâmbulo, as visões que um dia amaste aparecerão agora.

Ah! A tu’alma é um antigo solar, onde mulheres prodigiosas, enfloradas de beleza, peles finas, transparentes, de delicadeza de porcelana, passaram.

És um solar antigo...

Tens o ar enevoado do crepúsculo de melancolia que há nos velhos solares.

Alguma coisa de nostálgico, de evocativo, como vagos sons plangentes, à noite, ou à hora do Ângelus, na solidão dos campos levanta e acorda a tu’alma.