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No meu quarto, entro, enfim, agitado, da rua, com mil idéias, com mil impressões e dúvidas e fundamente considero, tenho tão estranhos monólogos mentais, que quase que me alucinam.

A luz da vela, em torno à sombra do quarto, põe uma claridade velada, penumbrada, quase morta.

Um retrato de Daudet, pendurado à parede, parece ter para mim uma piedade no seu fino perfil de Cristo alemão.

Ah! por que será que na hora dos estrangulamentos supremos, quando a Dor nos alanceia e torna velhos, os objetos têm todos, para nós, uma feição singularmente diversa da que têm sempre - ou sinistra, ou agressiva, ou piedosa?

Por que será que nas longas noites desolação, quando uma ventania de desespero sopra por trompas de bronze do nosso peito, todas as coisas desfalecem aos nossos olhos, as perspectivas se anulam,