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longe nos gelos, e que até te dá já a névoa densa, a espessa nuvem dolorosa das ilusões que se transformam em nuvens.

Vens para sempre extinguir-se sob esses tórridos mormaços, nessa doença histérica de que ninguém na tua pátria pôde de certo determinar a pugentíssima origem, e que não é mais, nada mais é, talvez do que a doença do clima, do spleen das tardes, das exaustas paisagens sem seiva; as displicências amargas à hora dos longos ocasos taciturnos, quando adormecidamente as campinas e as planícies incultas nevam e o horizonte é uma trespassante angústia crepuscular que desola...

Aí tens o Luar...

Cobre-te nessa musselina fúlgida, veste essa finíssima gaze diáfana...

Abre os primorosos olhos de Madona, castíssimos, chorosos e macerados, e absorve pelos cílios todo esse nosso fluido