mais perniciosa e mais falsa, fartam-se d’aquella vida de privações intimas, de balofas apparencias e querem fugir d’ella.
Teem só uma porta: o casamento.
Nas familias pobres da burguezia, o casamento é julgado a porta por onde se sahe da miseria!
Quantas vezes não é elle a porta por onde se entra na desgraça!
Começam então a namorar.
A namorar seja quem fôr. O alferes que passa, o dandy pelintra que encontram nos seus passeios, o litterato pallido e fatal que olhou para ellas da plateia.
Quem é a confidente natural d’este namoro, a auxiliar forçada d’esta intriga ridicula?
A criada!
É ella quem espia a mãe, e quem ajuda a enganal-a; é ella quem entrega e recebe as cartas, é ella quem se farta de rir com a menina, ouvindo contar o que ella lhe disse, e o que elle lhe tornou!
Quantos perigos, quantas humilhações, quantas vergonhas n’este facto que é hoje trivial e repetidissimo!
A criada só tem a ganhar na execução d’estes misteres.
Ganha indulgencia para as suas proprias faltas,