Página:Mulheres e creanças.djvu/233

Wikisource, a biblioteca livre
MULHERES E CREANÇAS
227

creanças, de cuia postiça, chapeu de aba revirada, polonaise phenomenal, bota de tacão alto e cambada, que encontramos á noutinha ou de manhã cedo, indo para casa das modistas, ou voltando de lá.

As outras quem as não conhece, ao menos por ter ouvido fallar d’ellas?

São as criadas de hoje, ou serão as criadas de ámanhã.

A educação que lhes deram está em contraposição perfeita com a tarefa que teem de cumprir.

Uma que foi apresentada para cosinheira, não tem as minimas noções culinarias, mas em compensação lê correctamente os jornaes que veem de manhã.

Outra, cuja obrigação é engommar, não tem geito senão para bordar de matiz.

Algumas, menos favorecidas da intelligencia, não sabem o que aprenderam, nem aprenderam aquillo que fazem.

São as mais vulgares!

 

 

Porque é pois que se não dá ás raparigas do povo, ao menos ás que são educadas nos asylos de beneficencia, uma educação em harmonia com o seu futuro papel?

Não reprovamos de certo a leitura, a ortographia,