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MULHERES E CREANÇAS
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graça adquirida que não occulta a frivolidade, mas que a envolve em véu rendilhado; conversa com vivesa e com chiste, sabe dar aos pequenos nadas da sua vida uma elegancia que illude os incautos. Quem a vê de longe, no scenario pomposo da sua opulencia, sente-se deslumbrado; quem a observar de perto conhece que ella tem de facto caminhado para se afastar das suas predecessoras, mas que o caminho que vae trilhando é como o que ellas trilharam, um caminho falso, um caminho sem sahida.

O primeiro obstaculo que a separa da verdadeira luz, é uma devoção inteiramente errada, em que a idéa luminosa e fecunda prégada pelo Christo se subverte e se afoga n’uma onda de preconceitos e de mentiras anti-christãs.

Se a mulher das classes inferiores estabelece entre si e o marido uma barreira enorme — a sua ignorancia — a mulher mais culta e mais educada das classes elevadas separa-se do marido, como se separa mais tarde dos filhos isolando-se na esphera inaccessivel do seu intransigente fanatismo.

Quando digo fanatismo, não quero referir-me a uma crença exaggerada e absoluta, que impere em todos os actos da vida, e que os subordine ás suas austeras exigencias.

É um fanatismo elegante, um fanatismo de alta