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MULHERES E CREANÇAS

o berço de cortinados brancos, e á luz branda da lamparina, sobre uma cadeira, um vestidinho claro, uns pequenos sapatos, umas meiazinhas de côr, umas cousas para que ninguem repara, e que a mim me fazem ás vezes chorar.

Tenho já perguntado a mim mesmo, que differença existe entre mim e os outros homens, porque é que elles andam pelo gremio, pelos cafés, pelos theatros, alguns pelas salas, e porque estou eu tanto em casa, finda que seja a minha tarefa diaria?

Serei melhor do que os outros maridos?

Não; ella é que é melhor do que as outras mulheres.

A felicidade de que eu gozo devo-a á sua comprehensão tão santa dos deveres, e ao meu egoismo todo masculino.

Vou para onde me chama maior somma de alegrias e de confortos que posso conhecer n’este mundo.

Não ha n’isto merito nem dedicação dignos de louvor.

Se á noite a nossa pequena sala se enchesse das amigas de minha mulher, palradeiras, frivolas, pueris, a discutirem banalidades, é provavel que eu fugisse para qualquer outra parte.

Se quando chegasse a casa, a visse prompta para sahir, á minha espera para me fazer envergar uma