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MULHERES E CREANÇAS
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no caracter de uma nação conhecendo a fundo as locuções de que ella se serve.

E quem é que hoje encara as linguas d’este modo a não ser algum philosopho retirado na sua torre ideal, ou algum philologo embebecido nos seus estudos?

É preciso que este conhecimento se vulgarise e se propague, para que as linguas estrangeiras tomem na educação o lugar que lhes compete.

A historia, que é um apontoado de datas e de nomes proprios, de dynastias e de batalhas, logo que passasse a ser na educação das mulheres o que ella é já no espirito dos criticos, seria um estudo attrahente, mais dramatico do que todos os romances, de uma realidade mais poderosa e dominadora.

A geographia, que não é mais do que uma arida e enfadonha nomenclatura, animada pelo espirito da mãe intelligente, levaria a imaginação infantil, não já pelos paizes chimericos, do sonho e do impossivel, mas por essas regiões pittorescas, onde tanto ha que vêr e que aprender.

Mais tarde as sciencias naturaes, a botanica, a mineralogia, a biologia, abririam ao espirito já preparado, horisontes larguissimos, onde pudesse espraiar-se livremente.