Lá dentro, jaz a sepultura da sua aristocratica fundadora.
No pio inicio dos seus sentimentos, as illustres senhoras educam um punhado de orphãs, a quem dão o pão do ensino, sem comtudo acharem-se aptas quando de lá sahirem, a serem optimas mães de familia, por lhes faltar o convivio do seculo.
Serão felizes?
Permittam-me esta interrogação.
Ainda existem, é certo, vocações monasticas,
Ajuda. Indo com uma amiga ver as obras do mesmo, um
operario que nol-as mostrava, introduzio-nos n’uma capella
particular que dava accesso para as tribunas reservadas
ás religiosas. Entrando, vimos um terraço circulado de
canteiros, tendo no centro uma esculptura com a dacta de
1625, representando, naturalmente, um santo qualquer.
Em quanto eu colhia flôres e olhava para um grande
pateo cimentado, tendo no centro dous grandes tanques cobertos,
onde algumas religiosas lavavam roupa, reparei
as cellas qne o circulam, só têm uma unica janella. Nisto,
uma revoada de pombos fui parar na beira do telhado, indo
um delles, porem, passar n’uma janella, onde appareceu
uma jovem religiosa vestida de branco que nos olhava com
espauto, por ver no interior do convento pessoas desconhecidas
à comunidade.
O accaso quiz que à obscura historiadora do esboço de
Cecilia Barbalho visse indiscretamente o mosteiro, sem
ordem superior e colhesse com as suas mãos profanas
as violetas «o alecrim plantadas por mãos santificadas
e respirasse por alguns minutos o ambiente perfumado
pelas rosas mysticas dessas esposas do Senhor. Creio e
quasi afirmo, que a minha amiga e eu fomas as unicas sehoras
que por unia coincidencia gozamos de tal excepção.
Com que carinho guardo eu flôres tão raras!