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98 NEGRINHA

tanto palerma. Ledor de versos lacrimogeneos e pae duns "Acrosticos" dados á luz no "Itaóquense", com bastante successo.

Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou uma zarabatana venenosa de Cupido. Objecto amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha do escrevente, então nos dezesete, e a do Carmo, encalhe da familia, vesga, madurota, hysterica, manca da perna esquerda e um tanto aluada.

Triburtino não era homem de brincadeiras. Esguelára um vereador opposicionista, em plena sessão de camara e desd'ahi transformou-se no tutú da terra. Toda a gente lhe tinha um vago mêdo, mas o amor, que é mais forte do que a morte, não receia sobrecenhos enfarruscados, nem tufos de cabello no nariz.

O escrevente ousou namorar-lhe a filha, apesar da distancia hierarchica que os separava. Namoro á antiga, já se vê, que nesse tempo não existia a gostosura dos cinemas. Encontros na