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O BUGIO MOQUEADO 61

por cá, em Matto-Grosso não tem curso. E' cada estirão !... Mas fui ver o gado. Queria arredondar uma ponta e quem me tinha os novilhos nas condições requeridas, de edade e preço, era esse coronel Theotonio, do Tremedal. Encontrei-o na mangueira, assistindo á domação dum potro — zaino, inda me lembro... E palavra d'honra ! não me recordo ter esbarrado nunca typo mais impressionante. Barbudo, olhinhos de cobra, duros e vivos, testa entiotada de rugas, ar de carrasco... Pensei commigo: dez mortes, no minimo. Porque lá é assim. Não ha soldados rasos. Todo o mundo traz galões... e aquelle, ou muito me enganava, ou tinha divisas de general, pelo menos !... Lembrou-me logo o celebre Pamphilo do Rio Verde, um de "doze galões", que "resistiu" ao tenente Galinha, e graças a esse benemerito "escumador de sertões", purga a est'hora os peccados no tacho de Pedro Botelho.

Mas, importava-me lá a féra ! — eu queria gado, pertencesse a Belzebuth ou a S. Gabriel.