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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/163

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padre Natário: grande jantar! Conte lá, conte lá!

Amaro teve de dizer os pratos, as pilhérias do Libaninho, a discussão teológica; depois falaram da fazenda: e Amaro desceu, sem se ter atrevido a dizer à S. Joaneira que ia deixar a casa, - o que era, coitada, para a pobre mulher, uma perda de seis tostões por dial

Na manhã seguinte o cônego foi a casa de Amaro, pela manhã, antes de ir ao coro. O pároco fazia a barba à janela:

— O1á, padre-mestre! Que há de novo?

— Parece-me que se arranja a coisa! E foi por acaso, esta manhã... Há uma casita lá para os meus lados, que é um achado. Era do major Nunes, que vai mudado para o 5.

Aquela precipitação desagradou a Amaro: perguntou, dando desconsoladamente o fio à navalha:

— Tem mobília?

— Tem mobília, tem louças, tem roupas, tem tudo.

— Então...

— Então é entrar e começar a gozar. E aqui para nós, Amaro, você tem razão. Estive a pensar no caso... É melhor para você viver só. De modo que vista-se, e vamos ver a casita.

Amaro, calado, rapava a cara com desespero.

A casa era na Rua das Sousas, de um andar, muito velha, com a madeira carunchosa: a mobília, como disse o cônego, "podia passar a veteranos"; algumas litografias desbotadas pendiam lugubremente de grandes pregos negros; e o imundo major Nunes deixara os vidros quebrados, os soalhos todos escarrados, as paredes riscadas