Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/181

Wikisource, a biblioteca livre

— Ditosos olhos que o vêem! Pensávamos que tinha morrido! Grande milagre!

Estavam a Sra. D. Maria da Assunção, e as Gansosos. Arredaram as cadeiras com entusiasmo para lhe dar lugar, admirá-lo.

— Então que tem feito, que tem feito? E olhe que está mais magro!

O Libaninho, no meio da sala, imitava foguetes subindo ao ar. O Sr. Artur Couceiro improvisou-lhe um fadinho à viola:

Ora já cá temos o senhor pároco

Nos chás da S. Joaneira.

Isto já parece outra coisa,

Volta a bela cavaqueira!

Houve palmas. E a S. Joaneira, toda banhada de riso.

— Ai, tem sido uma ingratidão dele!

— Uma ingratidão, diz a senhora? rosnou o cônego. Uma casmurrice, digo eu!

Amélia não falava, com as faces abrasadas, os olhos úmidos pasmados para o padre Amaro - a quem tinham dado a poltrona do cônego, e que se repoltreava nela, túmido de gozo, fazendo rir as senhoras pelas pilhérias com que contava os desleixos da Vicência.

João Eduardo, isolado a um canto, ia folheando o velho álbum.