dissera, como rapaz de bem, não havia outro na cidade de Leiria! .
— Você sabe, quero-lhe como filho!
O escrevente enterneceu-se:
— Pois vamos a isso, e tapam-se as bocas do mundo... E erguendo- se, com uma solenidade engraçada:
— Sra. D. Augusta! Tenho a honra de lhe pedir a mão...
Ela riu-se, - e na sua alegria João Eduardo beijou-a na testa, filialmente.
— E fale à noite à Ameliazinha, disse ao sair. Eu venho amanhã, e felicidade não há-de faltar...
— Louvado seja Nosso Senhor, acrescentou a S. Joaneira retomando a sua costura, com um suspiro de muito alivio.
Apenas, nessa tarde, Amélia voltou do Morenal, a S. Joaneira, que estava pondo a mesa, disse-lhe:
— Esteve ai o João Eduardo...
— Ah!...
— Ai esteve a falar, coitado...
Amélia, calada, dobrava a sua manta de lã.
— Aí esteve a queixar-se, continuou a mãe.
— Mas de quê? perguntou ela muito vermelha.
— Ora de quê! Que se falava muito na cidade do artigo do Distrito; que se perguntava a quem aludia o periódico com as donzelas inexperientes, e que a resposta era: "Quem há-de ser? a Amélia da S. Joaneira, da Rua da Misericórdia!" O pobre João diz que tem andado tão desgostoso!... Não se atrevia, por delicadeza, a falar-te... Enfim...