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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/558

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lata com água quente, uma galinha cozida em arroz. Mas era sobretudo a João Eduardo que devia a caridade melhor; todas as suas horas vagas as passava ao pé da cama, lendo-lhe alto, ajudando-o a voltar, ficando com ele até à uma hora da noite num zelo de enfermeiro. Que rapaz! Que rapaz!

E de repente, tomando as mãos ambas de Amélia, exclamou:

— Diga-me, dá licença que eu lhe conte tudo, que lhe explique?... Que arranje que ele perdoe, e esqueça... E que se faça este casamento, se faça esta felicidade?

Ela balbuciou espantada, toda escarlate:

— Assim de repente... Não sei... Hei-de pensar...

— Pense. E Deus a alumie! disse o velho com fervor.

Era nessa noite que Amaro devia entrar pelo portalzinho do pomar de que Amélia lhe dera a chave. Infelizmente tinham esquecido a matilha do caseiro. E apenas Amaro pôs o pé dentro do pomar rompeu pelo silêncio da noite escura um tão desabrido ladrar de cães - que o senhor pároco abalou pela estrada, batendo o queixo de terror.