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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/569

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— Se isto demora mais quinze dias, vem-se a descobrir tudo, dizia ela, choramigando, a Amaro.

— Paciência, filha. Não se pode forçar a natureza...

— O que tu me tens feito sofrer! suspirava ela, o que tu me tens feito sofrer!

Ele calava-se resignado - muito bom, muito temo agora com ela. Vinha-a ver quase todas as manhãs, porque não queria pelas tardes encontrar o abade Ferrão.

Tranquilizara-a a respeito da ama, dizendo-lhe que falara à mulher da Ricoça inculcada pela Dionísia. Era uma escolha rica a Sra. Joana Carreira! Mulher forte como um carvalho, com barricas de leite, e dentes de marfim...

— Fica-me tão longe para vir ver depois a criança... - suspirava ela.

Tomavam-na agora pela primeira vez entusiasmos de mãe. Desesperava-se em não poder ela mesma costurar o resto do enxoval. Queria que o rapaz - porque havia de ser um rapaz! - se chamasse Carlos. Cismava-o já homem, e oficial de cavalaria. Enternecia-se com a esperança de o ver gatinhar...

— Ai, eu é que o queria criar, se não fosse a vergonha!...

— Vai muito bem para onde vai, dizia Amaro.

Mas o que a torturava, a fazia chorar todos os dias era a idéia de ele ser um enjeitadinho!

Um dia veio ao abade com um plano extraordinário "que Lhe inspirara Nossa Senhora": ela casaria já com João Eduardo, mas o rapaz devia por uma escritura adotar o Carlinhos! Que para que o