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Página:O Crime do Padre Amaro.djvu/597

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Ao outro dia desde as sete da manhã, o padre Amaro esperava a Dionísia em casa, postado à janela, com os olhos cravados na esquina da rua, sem reparar na chuva miudinha que lhe fustigava a face. Mas a Dionísia não aparecia: e ele teve de partir para a Sé, amargurado e doente, a batizar o filho do Guedes.

Foi uma pesada tortura para ele ver aquela gente alegre que punha na gravidade da Sé, mais sombria por esse escuro dia de Dezembro, todo um rumor mal contido de regozijo doméstico e de festa paterna; o papá Guedes resplandecente de casaca e gravata branca, o padrinho compenetrado com uma grande camélia ao peito, as senhoras de gala, e sobretudo a parteira rechonchuda, passeando com pompa um montão de rendas engomadas e de laçarotes azuis, onde mal se percebiam duas bochechinhas trigueiras. Ao fundo da igreja, com o pensamento bem longe da Ricoça