— Como?
— Alcançarei o homem. Dê-me o sinal.
O doente chamou a mulher, que tirou da mala um vale assinado por D. Romero e o entregou a Manuel. Este partiu, no encalço do mascate.
Quatro dias depois estava de volta com o dinheiro. O doente dormia; Manuel não quis vê-lo; falou à mulher. Pela primeira vez, depois de tantos dias, Manuel olhou de frente para essa criatura, que fora a causa involuntária da morte de seu pai. Ainda mostrava quanto devia ser bonita há dez anos passados.
O gaúcho desviou a vista com repugnância; e entregando as moedas que recebera do chileno, tratou de pôr-se novamente a caminho. Esse lugar, que já não era o da caridade e não podia ainda ser o da vingança, causava-lhe horror.
Quando se dirigia ao potreiro para montar, encontrou o menino com que falara no primeiro dia.
— Então vai embora?
— Vou; mas voltarei logo. É pena que você não tenha mais dez anos.
O menino estremeceu com o olhar que lhe deitou o gaúcho.