Página:O Gaucho (Volume I).djvu/157

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Estava o amansador uma tarde pitando no alpendre, enquanto a mulher ninava ao colo o Juquinha, o último filho. Viu João aproximar-se um cavaleiro à disparada, e pouco depois esbarrar no terreiro. apeou-se rápido e correu para o gaúcho.

— Não me conhece, amigo?

O Canho surpreso respondeu:

— Pode ser; mas não me recordo.

— Sou o Loureiro, de Alegrete. Venho do Salto; os castelhanos juraram empalar-me, e me vêm no encalço. Estou perdido se o amigo não me der um abrigo.

— Entre, senhor; esta casa está a seu dispor.

— Mas se eles souberem que eu me refugiei aqui, não lhes poderei escapar.

— Fique descansado.

Entrou o Loureiro, a quem Francisca, pela recomendação do marido, agasalhou o melhor que pôde. Entretanto João Canho, em pé no alpendre, olhava o horizonte onde aparecia ao longe um ponto que vinha crescendo. Eram sem dúvida os castelhanos.

Pouco depois apearam-se quatro gaúchos orientais. Um deles, mais apressado, tomou a mão: