Página:O Gaucho (Volume I).djvu/175

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casa, todos, se mostraram sensibilizados com a morte do menino.

Manuel foi exceção no luto, como havia sido na alegria.

Enquanto os mais choravam, ele brincava risonho com o irmãozinho morto e já posto no caixão.

Uma rapariga, que ali estava, pergunto-lhe:

— Você não tem pena de seu maninho?

— Pena de quê?... Ele vai para onde está nosso pai. não quis o outro que lhe deram, não!... Também eu hei de ir, mas depois que tiver feito uma coisa!

Com a perda do irmão, ainda mais arredio da casa tornou-se o menino, do que era desde o casamento. Passava o tempo a campear, comia nos ranchos com os peões, e muitas vezes sucedeu por lá dormir. A mãe descansava sabendo que ele estava bom; e deixava-o em plena liberdade. A presença do filho produzia um vexame inexplicável, se não era um vago remorso.

Alguns meses passados, Loureiro falou em mudar-se para sua casa do Alegrete; a mulher acedeu prontamente a esse desejo, e começaram os