Entretanto o caçador com os pés fincados no chão, fazia grande esforço para conter o ímpeto do animal, que ficara como suspenso na corrida veloz, com as mãos erguidas e unicamente apoiada sobre os cascos posteriores.
— Hup, Morena! gritou Manuel debruçando-se sobre o pescoço da égua.
A baia retraiu-se como o gato selvagem quando prepara o salto. Não decorreu um instante; o corpo robusto do caçador, arrancado como um cedro que o pampeiro arrebata, rolou pela encosta. Assim arrastado, bateu acaso no toco de um pinheiro e pôde trançar nele as pernas.
Bruscamente sofreada, a égua estacou de novo, mas para colher as forças e arrancar mais impetuosa. A trança do laço estalando foi açoitar a cara de Pedro que rugiu como um touro.
Manuel voltou ao lugar onde lhe caíra a faca para a apanhar. Outra vez a corrida veloz da Morena fendeu o imenso deserto, que se dilata pelas margens do Paraná.
Levanta-se a lua.
O vulto do astro se reflete nas águas de um banhado. Entre o céu e a terra flutuam tênues