Página:O Gaucho (Volume II).djvu/201

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confeito que retirou rapidamente quando a moça quis tocá-lo com o dedo.

— Há de ser na boca!

— Ora!

— Que mal faz?

— Tenho vergonha.

— Tome; eu lhe peço.

Depois de alguma resistência, Catita consentiu em colher sutilmente com a ponta dos lábios o confeito que lhe oferecia Romero, o qual repetiu o galanteio por duas ou três vezes.

Um suspiro sublevou o seio da moça:

— Ai!... Estou tão cansada! Não sei de quê!...

— De ser cruel? perguntou o taful sorrindo.

— Que noite tão linda!... Como é bom gozar desta frescura.

Os lábios de Catita debulhavam as sílabas dessas palavras, com uma voz frouxa e lenta, enquanto os olhos se engolfavam no azul diáfano com um sentimento de delícia inefável. Depois, cedendo à languidez que a invadia, a fronte reclinou-se apoiando na ombreira da janela.