Às oito horas da manhã parou Canho para dar repouso aos animais e almoçar.
O gaúcho encostou Romero, sempre atado de pés e mãos, ao tronco do ombu, que oferecia aos viajantes uma sombra refrigerante. Correndo o campo laçou uma vitela, e sem dar-se ao trabalho de matá-la, tirou-lhe da ilharga um pedaço de lombo. Instante depois a carne assava no tampo de couro, que o calor do fogo, encolhera, tornando-o covo como uma panela.
Manuel soltou os braços do chileno, atirou-lhe com sua ração de carne, e tratou de tomar a sua parte da refeição.
Desde que tinha caído nas mãos do gaúcho, Romero ainda não lhe ouvira uma só palavra. Manuel o tratava como ao novilho fujão que se laça no campo e se leva à soga para o curral. Não se dignava nem mesmo ameaçá-lo com um gesto. E para quê? Aquele torvo semblante era a fisionomia de uma tempestade; sentia-se a faísca do raio no olhar lívido que rutilava da pupila negra.
Quando Romero deu acordo de si, admirou-se de estar vivo ainda. Que pretendia dele então o